Nesta mini-deslocação de 4 dias ao Rogil (Aljezur), as pescarias estiveram longe, muito longe, de correr bem. Mas a pesca tem o dom de poder alterar tudo no último momento. Aqui fica um resumo do que se passou.
Segunda, dia 10 de Março
Se no Domingo estava um super-levante que não deixava pescar, na Segunda lá fui eu iniciar estas jornadas. As previsões indicavam uma subida da ondulação e tal se verificou, pelo que escolhi uma praia que aguentasse um pouco a ondulação e desse ao menos para fazer uns lançamentos ao fundo.
Tudo começou muito mal, com o passador da ponteira da cana a partir logo na montagem. Uns bons minutos estive eu a tentar arranjar um mecanismo que ao menos permitisse pescar. Depois de mais de 2 meses sem pesca não queria voltar logo para casa. Com limitações no lançamento longo, a actividade era muito pouca, só intercalada com um sargote que nem sem defeso teria lugar na minha rede...
Com a maré a vazar, subi até uma pedra que permitia lançar um pouco mais longe na baía. Apanhei logo uma tainha jeitosa. Hum, às vezes os robalos andam no meio delas, pensei. Tornei a lançar no mesmo sítio, e senti um bom esticão. Quando senti o peixe preso é que foram elas. Estive com ele cerca de um minuto e apenas a tentar aguentar. Mesmo com a embraiagem a dar alguma folga, lá rebentou com o meu 0,28 mm. Só podia ser um robalo. Até me ir embora, vieram 2 robaletes, talvez os seus bisnetos, devolvidos em perfeitas condições.
Terça, dia 11 de Março
Neste dia, muito pouco há a contar. O mar era parecido ao dia anterior. Mais um surfcasting a ver se aparecia um tarolo ou um dentuças. Mas foi um dia muito fraco. Muito pouca actividade, intercalada com um espaço de 15 minutos onde tive um toque bom e apanhei 2 sargos, um devolvido ao mar e outro trouxe comigo, já com um tamanho razoável, porque engoliu literalmente o anzol 2/0 cheio de sardinha!
Quarta, dia 12 de Março
Tinha de estar às 14h30 em Lisboa. Maré baixa às 6 da manhã, mar a descer. Sinal de sargos muito fraco, além de estarem em defeso. Lá fui obrigado a fazer uma madrugada de spinning, algo que fiz pela terceira (!!) vez na minha curta carreira, a última vez há já uns 5 anos (!!).
Assim sendo, fui comprar um multifilamento no dia anterior e às 6 da matina já andava eu a caminhar pelos medos do Rogil em direcção ao pesqueiro. O mar era ainda batia forte nas pedras de dentro, onde eu pensava ir. Como quase nunca corrico tenho apenas 2 amostras, uma Angel Kiss e uma saltiga (a sardinha). Passei com o fato de mergulho para uma pedra, mas ao 6º lançamento parti a Angel Kiss por um erro de principiante, ao esquecer que não tinha a asa de cesto aberta e atirar a amostra assim contra a rocha. Acontece ehehe.
Só com uma amostra e com o mar a bater muito forte naquela pedra, mudei de ares. Mas as opções não me deixavam fé nenhuma. Eram pedras muito recuadas e com pouca água ainda. Mas não podia desistir. Corri a praia toda, saltando de pedra em pedra, sem resultado. Estava já a regressar, perto das 8 horas, para me vir embora, quando me lembrei de fazer uma visita a uma pedra onde às vezes dá uns sargos bons. O mar já tinha enchido um pouco, embora ainda se vissem muitas pontas de pedra à tona da água. Mas tentei. Uma, duas, três...nove, dez vezes... e nada. Estava mesmo a dar por encerrada a jornada, uma autêntica desilusão, no computo geral, os 3 dias. Mas foi mesmo, ao último lançamento e inesperadamente sinto um esticão na cana e logo percebi que não estava preso na rocha. Era mesmo um peixe! E como me assustei quando o vejo saltar no ar, com medo que desferrasse face ao tamanho que parecia ter. Não era nenhum tarolo daqueles, mas já foi um excelente prémio. Valeu o esforço! Foi mesmo o último lançamento porque não consegui tirar a amostra (a única que já tinha) do peixe. Até com ele morto foi difícil, estava preso nas 3 fateixas! Acusou 2,980 kg na balança.